Como usar histórias para gerar curiosidade e iniciar uma venda?

Todos os dias, no Brasil, marcas de semijoias nascem e morrem. Em um mercado dominado por alguns, pulverizado e saturado, o cenário se torna um verdadeiro campo de batalha. Mas por que lutar contra tantos, tendo tanto potencial inovador? Se vender semijoias é lugar-comum, há muito mais para ser adicionado no discurso. E, na prática, nossa capacidade produtiva e criativa pode ser usada como o elemento X. Parar de brigar por oferta e passar a investir em marca foi o caminho da antiga Jalde, agora Paramour.

Equipe envolvida:Bruno Andrade
Kaio Cezar
Nicoly Moura
Lucas Rocha
Júlia Bertaso
Igor Sena
Yuri Barros
Lucas Fox
Paulo Theresina
Breno Feliciano
Felipe Rufino
João Pedro Oct
Isabella Quirino
Arthur Guimarães
La Collect
Embalagens Estratégia de Marca ID visual Naming Produto
NamingO que uma vez foi Jalde, precisava de um bom motivo para uma mudança, já que era um nome com o qual a comunidade já se identificava.

Para trazer um novo nome que gere conexão imediata com seu público, era necessário desenhar uma história inspirada na jornada de desenvolvimento pessoal que as mulheres da comunidade de revendedoras tinham com a marca.

Em cidades pequenas, as fofocas correm rápido. E, se quem conta um conto aumenta um ponto, esse conto mostra que, muitas vezes, os pontos aumentados não são o que parecem.
Ana vivia uma vida pacata. Com um marido e dois filhos, era dona de casa, cuidando das refeições, da limpeza e da manutenção do lar. O marido trabalhava, todos os dias, das 9 às 18h – mas, muitas vezes, estendia os horários e aproveitava um barzinho fora de casa.
Ana, ao contrário, não tinha costume de sair. As razões era inúmeras e, na cabeça dela, perfeitamente justificáveis: ela não tinha roupas pra sair, infeliz com o seu corpo, tinha coisa demais para fazer em casa, precisava cuidar dos filhos, mesmo já crescidos… ah, e claro, não é como se seu marido fosse gostar que ela fosse vista na rua.
Um dia, gradualmente, a vida caseira começa a mudar.

Os filhos, primeiramente, são quem notam o início da metamorfose: a mãe passa menos tempo em casa durante o dia, pegando o carro com mais frequência do que fazia. Volta com um sorriso no rosto que não viam há tempos. Quando as roupas começam a mudar, seu marido começa a notar – mas não com bons olhos. Acha estranho: para quem ela está se arrumando? Com que dinheiro está comprando essas roupas? Essas joias foram presente ou ela enlouqueceu e começou a gastar? Incomodado, começa a questionar. O que antes era um lar pacato começou a se tornar um campo minado de desconfianças. E ela, discreta, prefere continuar calada. Não quer causar intrigas.

 

De repente, Ana começa a descuidar do jantar: antes, 20h em ponto a mesa estaria posta; depois, às vezes atrasava, às vezes até pedia pra que cada um faça uma torrada para si. Chega tarde, falando mais alto do que falava em anos.

E, como dissemos, em cidades pequenas, os boatos correm. A desconfiança geral era uma: “Será que a Ana ta tendo um caso?”

De janela em janela, os cochichos corriam. Falavam sobre as coisas novas que ela tinha, as bolsas que usava e o carro que andava quilômetros demais. Alguma coisa estava errada e coisa boa não podia ser. Era evidente para qualquer um: Ana estava se achando. Seu marido estava incomodado. Os filhos confusos. A conclusão lógica era apenas uma.

Dentro da casa de umas dessas mulheres do bairro, como de constume haviam outras: suas convidadas.

Era final de tarde de um feriado e o encontro de amigas, regado a vinho, soltava as línguas. A conversa, novamente, girava em torno de Ana e das mudanças repentinas. Foi aí que ouviram a campainha.

 

A anfitriã levanta, olhando para as amigas e sondando na sua memória se não faltava alguém. Supostamente, todas estavam ali, então não conseguia imaginar quem poderia ser. Ao olhar pelo olho mágico da porta, a surpresa: era Ana, o tema das fofocas. Com uma maleta, não um novo homem.

Abriu e a deixou entrar. Passaram horas vendo o conteúdo da maleta: peças e adornos especiais, que combinavam com cada uma das mulheres que estavam ali. Depois de mais algumas taças de vinho, conseguiram admitir: “Ana, todas nós pensávamos que você estava vivendo um caso”.
Refletindo por um momento e sorrindo, Ana percebeu que estava, de fato, vivendo um caso de amor. Não um caso extraconjugal, mas um caso que a retirava da vida que estava acostumada a viver. Não uma traição, mas o fim da traição que estava fazendo consigo mesma ao deixar suas ambições individuais de lado pelos outros.
Um caso que a deixava feliz, a tirava da rotina e melhorava a sua vida em todos os sentidos. Sim, era um caso de amor: um Paramour.